Na trajetória da vida, somos moldados pelas influências do ambiente que nos cerca. Crescer ao lado de um aeroporto certamente deixou marcas indeléveis em minha memória. Desde os primeiros anos, acostumei com os motores dos velhos aviões e pelo espetáculo que a Esquadrilha da Fumaça fazia.
Recordo-me como se fosse ontem de uma manhã de domingo, no final da década de 1980, quando eu por volta de uns dez anos, saí da casa de minha avó e rumei para casa. No caminho me passava diante do antigo Aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis. Para mim, o aeroporto era mais que um local de trânsito de aviões, era um cenário de memórias da infância, onde buscava as revistas semanais para meu pai, ou onde eu brincava de deslizar sobre papelão nos gramados próximos. Quando de onde estava vi os aviões vermelhos da Esquadrilha e decidi, então, ver de perto no aeroporto e admirar da sacada.
Estava cedo ainda, sem movimento no local, alguns funcionários e poucos passageiros. Eu na sacada apoiando os braços e imaginando onde saia a fumaça, como funcionam os velhos Tucanos, foi quando ouvi alguns passageiros do meu lado conversando sobre os aviões, ao olhar me deparo com meus ídolos de infância, Os Trapalhões, aguardando seu voo para outra cidade. Num momento de sorte, consegui os autógrafos de todos, embora o papel que os guardava tenha se perdido no tempo. Essa experiência da minha vida, que guardo com carinho e ligo aos privilégio de poucos.
A Esquadrilha da Fumaça sempre foi símbolo dos melhores pilotos brasileiros, tive o privilégio de testemunhar inúmeras apresentações, mas duas se destacam em minha memória. Uma delas foi em Torres, Rio Grande do Sul, durante o Festival de Balonismo de 2017, onde pude capturar imagens deslumbrantes do novo avião da esquadrilha (Super Tucano). A outra, em 2023, no Morro da Igreja, em Urubici, Santa Catarina, foi especial pela conexão com o local onde trabalhei por mais de cinco anos.
Abaixo, compartilho algumas das imagens que capturaram momentos tão significativos: